Conhecido pelas ávidas críticas sobre o governo chinês, Ai Weiwei demonstra, em tal exposição, sua forte posição política ao revelar histórias pessoais de ativismo político. Além disso, a exposição é marcada por obras que apresentam a cultura chinesa de um olhar "de perto" e críticas sobre a geopolítica global.
Na primeira sala da exposição, já era possível seu histórico ativista imprimindo marcas sobre sua arte. Em um dos cantos, uma obra se camufla, singelamente, rente à parede branca. "Surveillance Camera" é marcada pela rigidez, por ora intimidante, uma vez que é feita de uma peça única de mármore monocromático. Essa obra passa a sensação de ser permanente e imutável, como se a câmera estivesse em um estado ininterrupto de vigília. A inspiração dessa peça fora a câmera que o vigiava durante o período em que esteve preso.
Outra obra marcante na exposição, desta vez mais pelo caráter físico e, principalmente, pelo tamanho, é o Bote de Refugiados. Uma escultura inflável, essa obra representa um bote cheio de refugiados diversos. Cena recorrente nas fronteiras entre Oriente Médio e Europa, essa obra denuncia, não só a situação degradante que os refugiados passam habitualmente, como a indiferença a problemas sociais como esse.
Ademais, exposição é composta por inúmeras outras obras impactantes, que incitam à reflexão da conjuntura sociopolítica (com destaque, obviamente, para o caso chinês, explorando a censura governamental). Ao não se afirmar ou ativista ou artista, Ai Weiwei demonstra, através da exposição, uma bela transição e junção entre política e arte.
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