O texto "Os ultra-ricos preparam um mundo pós-humano" narra uma situação peculiar da vida do autor. Este, após ser convidado para falar sobre o futuro da tecnologia, se vê dentro de uma discussão com grandes empresários sobre como usar essa ferramenta para sobreviver à um desastre ambiental ("O Evento", como fora chamado). O que mais me surpreende na conversa é a passividade e aceitação dos ricos frente a um futuro desastroso; eles não pretendem usar a tecnologia para evitar o "Evento", mas sim para que eles próprios não sejam atingidos. Feita a discussão com o grupo, pudemos perceber que esse texto remonta à discussão sobre quem tem acesso a recursos e quem não tem acesso. Enquanto os ricos teriam acesso à formas de evitar a calamidade, os que não tiverem condições de pagar estarão sujeitos a fazer parte do caos. De forma análoga, esse paralelo pode ser aplicado na disponibilidade de lazer nos dias de hoje. Embora seja essencial e um direito de todos, o lazer é constantemente negado aos que não possuem poder aquisitivo. Outro ponto comentado entre o grupo e que deve ser ressaltado é a relação cada vez mais nociva entre humanos e máquinas. Sabemos que as condutas humanas direcionam para um futuro sombrio e ainda assim acreditamos que as máquinas serão a solução de todos as adversidades, já que são perfeitas (ou quase isso). Ou seja, nos tornamos cada vez mais dependentes do digital, nos isolando de problemas reais e supervalorizando as tecnologias em detrimento da própria humanidade. Em suma, pode-se inferir que uma das grandes dificuldades da sociedade contemporânea é olhar a máquina não como a solução dos problemas humanos (até como solução do próprio ser humano), mas como uma ferramenta que pode e deve ser usada em prol do bem coletivo.
AIA 2019/1 • Arquitetura e Urbanismo • UFMG
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